A passagem para o fim
Por Maurício Lídio
Depois da grande espera, vi 'Harry Potter e o Enigma do Príncipe'. E, como já era de se esperar, o filme é ótimo.
Claro que são duas linguagens muito diferentes - que muitos não conseguem diferenciar - mas fica difícil não fazer comparações com a obra literária. Claro que tava tudinho lá, a história em seu entendimento completo. Apesar de perceber alguns furos no roteiro, que agora já acontecem por desleixo, por acharem que a maioria dos fãs do filme já leram ou conheçem de alguma forma toda a história. Alguns detalhes são mal explicados ou passam despercebidos, mas esses furos não comprometem a trama.
O clima do livro também está presente. Muitos fãs do filme sentiram falta da ação dos anteriores, mas 'o Enigma do Príncipe' é essencialmente um livro de passagem. É a hora de sentar e colocar os pingos nos 'is'. Ver o que aconteceu e pra onde a história vai a partir de agora. A história desse filme com o de 'Harry Potter e as Relíquias da Morte' (que será dividida em dois longas) estão agora muito interligadas, não há mais aquela sensação de fechamento de ciclo no final dos filmes, pois os próximos, apesar de terem histórias interligadas, sempre pareciam novas aventuras.
Sombrio como o livro, eu considero que os filmes de Harry Potter chegaram ao ápice da maturidade com esse sexto filme. De agora em diante "a coisa é séria". Finalmente os personagens amadureceram e estão prontos para a jornada mais perigosa de suas vidas, o encontro com o fim. Maturidade também alcançada graças às ótimas atuações dos atores que também cresceram com seus personagens. Daniel Radcliffe está bom, na verdade o mesmo Harry de sempre. Emma Watson nos mostra uma Hermione mais preocupada e apaixonada. Já o destaque vai para Rupert Grint que nos diverte a todo o tempo com seu Rony feliz da vida agora, por se tornar um jogador de quadribol e ter garotas aos seus pés, finalmente deixou de ser apenas uma sombra do famoso Potter. Por falar em garotas aos pés, parabéns para Jessie Cave, que disputou com 7 mil candidatas o papel de Lilá Brown e fez bonito. Ela toma a atenção do filme com sua personagem 'abilolada' e loucamente (ponha loucura nisso) apaixonada por Rony.
O clima de paixões e rolos do livro ficou legal, mas o namoro de Harry com Gina ficou tão sem sal, cadê aquela paixão bonita do filme anterior?
Como sempre há aquela falta de alguns personagens. Como os Dursley, que já ficaram de fora de 'o Cálice de Fogo' e agora desse. E - alguns podem nem ligar - mas CADÊ A CRIATURINHA SIMPÁTICA CHAMADA DOBBY? Detalhe que ele apareceria em 'o Cálice de Fogo' e foi cortado, apareceria em 'a Ordem da Fênix' e foi cortado, e nesse último adivinha...cortado também. Me lembro que ele fez um tremendo sucesso quando apareceu em 'Harry Potter e a Câmara Secreta', então por que a eliminação dele da história? Racionamento de gastos com CGI ou quiseram amadurecer o filme retirando elfos domésticos? Porque até o Monstro sumiu.
Fora essas observações, o de resto é espetacular como sempre. Efeitos especiais perfeitos, fotografia no tom certo do clima sombrio do filme. Atuações ótimas. Michael Gambon nos presenteia com um Dumbledore mais heróico de todos, atuação de um veterano que sabe o que faz. Por falar em veterano, o que é Alan Rickman na pele de Snape? Perfeito! Só que agora ele demonstra sentimentos que se confundem em sua máscara de vilão (quem conhece o final sabe porquê). O novato na série, Jim Broadbent (Moulin Rouge) faz o Horácio Slughorn que todos imaginaram quando leram o livro. Helena Bonham Carter, divertida como sempre, ganha mais destaque para sua psicopata Belatriz. Já Tom Felton, que também fez um bom papel, exagera um pouco, mas relevo porque é típico do personagem.
A direção de David Yates não é nada que faça cair o queixo, mas tenho que admitir que o cara é bom. Ainda preferia um Guillermo Del Toro ou um Tim Burton na direção, mas...fazer o que?
Agora resta esperar para o fim da série em 2010, com dois filmes. Acredito que essa divisão ajude bastante ao desenvolvimento da narrativa, os filmes serão bem mais detalhalhistas. É.... você leu "o fim da série" e deu aquela dor? Depois de nos despedirmos dos livros, chegará a hora de dar adeus a saga cinematográfica. Pois é, nada dura para sempre.
NOTA: 10,0
P.S. Quem quiser entrar na campanha "Por onde anda Dobby" entre em contato.
Claro que são duas linguagens muito diferentes - que muitos não conseguem diferenciar - mas fica difícil não fazer comparações com a obra literária. Claro que tava tudinho lá, a história em seu entendimento completo. Apesar de perceber alguns furos no roteiro, que agora já acontecem por desleixo, por acharem que a maioria dos fãs do filme já leram ou conheçem de alguma forma toda a história. Alguns detalhes são mal explicados ou passam despercebidos, mas esses furos não comprometem a trama.
O clima do livro também está presente. Muitos fãs do filme sentiram falta da ação dos anteriores, mas 'o Enigma do Príncipe' é essencialmente um livro de passagem. É a hora de sentar e colocar os pingos nos 'is'. Ver o que aconteceu e pra onde a história vai a partir de agora. A história desse filme com o de 'Harry Potter e as Relíquias da Morte' (que será dividida em dois longas) estão agora muito interligadas, não há mais aquela sensação de fechamento de ciclo no final dos filmes, pois os próximos, apesar de terem histórias interligadas, sempre pareciam novas aventuras.
Sombrio como o livro, eu considero que os filmes de Harry Potter chegaram ao ápice da maturidade com esse sexto filme. De agora em diante "a coisa é séria". Finalmente os personagens amadureceram e estão prontos para a jornada mais perigosa de suas vidas, o encontro com o fim. Maturidade também alcançada graças às ótimas atuações dos atores que também cresceram com seus personagens. Daniel Radcliffe está bom, na verdade o mesmo Harry de sempre. Emma Watson nos mostra uma Hermione mais preocupada e apaixonada. Já o destaque vai para Rupert Grint que nos diverte a todo o tempo com seu Rony feliz da vida agora, por se tornar um jogador de quadribol e ter garotas aos seus pés, finalmente deixou de ser apenas uma sombra do famoso Potter. Por falar em garotas aos pés, parabéns para Jessie Cave, que disputou com 7 mil candidatas o papel de Lilá Brown e fez bonito. Ela toma a atenção do filme com sua personagem 'abilolada' e loucamente (ponha loucura nisso) apaixonada por Rony.
O clima de paixões e rolos do livro ficou legal, mas o namoro de Harry com Gina ficou tão sem sal, cadê aquela paixão bonita do filme anterior?
Como sempre há aquela falta de alguns personagens. Como os Dursley, que já ficaram de fora de 'o Cálice de Fogo' e agora desse. E - alguns podem nem ligar - mas CADÊ A CRIATURINHA SIMPÁTICA CHAMADA DOBBY? Detalhe que ele apareceria em 'o Cálice de Fogo' e foi cortado, apareceria em 'a Ordem da Fênix' e foi cortado, e nesse último adivinha...cortado também. Me lembro que ele fez um tremendo sucesso quando apareceu em 'Harry Potter e a Câmara Secreta', então por que a eliminação dele da história? Racionamento de gastos com CGI ou quiseram amadurecer o filme retirando elfos domésticos? Porque até o Monstro sumiu.
Fora essas observações, o de resto é espetacular como sempre. Efeitos especiais perfeitos, fotografia no tom certo do clima sombrio do filme. Atuações ótimas. Michael Gambon nos presenteia com um Dumbledore mais heróico de todos, atuação de um veterano que sabe o que faz. Por falar em veterano, o que é Alan Rickman na pele de Snape? Perfeito! Só que agora ele demonstra sentimentos que se confundem em sua máscara de vilão (quem conhece o final sabe porquê). O novato na série, Jim Broadbent (Moulin Rouge) faz o Horácio Slughorn que todos imaginaram quando leram o livro. Helena Bonham Carter, divertida como sempre, ganha mais destaque para sua psicopata Belatriz. Já Tom Felton, que também fez um bom papel, exagera um pouco, mas relevo porque é típico do personagem.
A direção de David Yates não é nada que faça cair o queixo, mas tenho que admitir que o cara é bom. Ainda preferia um Guillermo Del Toro ou um Tim Burton na direção, mas...fazer o que?
Agora resta esperar para o fim da série em 2010, com dois filmes. Acredito que essa divisão ajude bastante ao desenvolvimento da narrativa, os filmes serão bem mais detalhalhistas. É.... você leu "o fim da série" e deu aquela dor? Depois de nos despedirmos dos livros, chegará a hora de dar adeus a saga cinematográfica. Pois é, nada dura para sempre.
NOTA: 10,0
P.S. Quem quiser entrar na campanha "Por onde anda Dobby" entre em contato.
Postagens
