quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cine Crítica - 'A Órfã'

Esther é má, mas Isabelle Fuhrman é mara!
Por Maurício Lídio


É, mais um filme de crianças demoníacas adotadas. Mãe tem problemas em ter filhos ou perdeu um a pouco tempo e, para esquecer o passado, adota uma linda e boa criança que começa a se mostrar um demônio encarnado num corpo em miniatura. Coisas estranhas e mortes acontecem ao seu redor, para culminar em um final óbvio e enfadonho. Foi isso que você pensou sobre "A Órfã"? Então se enganou.

"A Órfã" tinha tudo para se tornar apenas mais um filme de terror sobre crianças, mas conseguiu fugir da obviedade. Apesar de ter se saído bem, no início, ainda assim, parecia mais um desses filmes. O clima do filme lembra muito clássicos como "A Profecia". Até que entra em cena uma atriz que ainda vai ser muito falada. Isabelle Fuhrman dá um show, no papel de Esther, uma menina órfã que diz ter vindo de um orfanato na Rússia, após ter perdido seus pais em um incêndio, onde somente ela sobreviveu.

Vera Farmiga (promissora atriz, vista recentemente em "O Menino do Pijama Listrado") vive a mãe que recentemente perdeu um filho e passou por uma crise conjugal, incluindo alcoolismo. Ela e seu marido (interpretado pelo já conhecido Peter Sarsgaard) conhecem Esther em uma visita ao orfanato e decidem adotá-la.

Esther se adapta facilmente e logo faz amizade com a filha caçula do casal, Max, que é surda e muda. Já com o mais velho, Daniel, Esther não consegue contato.

O filme enfrentou problemas com Instituições de Adoção, que criticavam a forma que a órfã foi retratada, temendo uma diminuição no número de adoções. Uma frase ("Deve ser difícil amar uma criança adotiva mais do que seus verdadeiros filhos"), em especial, teve repercussão negativa e acabou sendo removida do trailer do filme.

O roteiro é simples e certeiro durante todo o filme, mas é no final que ele acerta em cheio, surpreendendo a todos com uma trama bem costurada e diferente dos filmes já vistos sobre órfãs. Claro que não contarei aqui o final surpreendente para não estragar a supresa daqueles que ainda vão assistir.

A ambientação do filme é boa. O figurino e a maquiagem de Esther são muito bons, dão um clima tenso e pesado para a interpretação de uma criança. Esse clima tenso está estampado no cartaz do filme.

A direção do espanhol Jaume Collet-Serra (diretor de "A Casa de Cera") é um dos destaques do filme. Não é exagerada em nenhum momento, mas consegue ser contundente no seu discurso.

As atuaçõe são um dos pontos fortes do filme. Vera Farmiga mostra que está pronta para entrar no hall das grandes atrizes. O elenco infantil também foi muito bem escolhido. A pequena Aryana Engineer, que faz a muda Max, é uma graça e sabe atuar muito bem sem precisaar dizer uma única palavra. Já Isabelle Fuhrman...o que é essa menina? Não vejo uma criança brilhar tanto em um filme desde Abigail Breslin em "Pequena Miss Sunshine". Ela é má, é louca e maravilhosamente "dócil". As cenas que essa menina teve que fazer chegam a ser chocantes. Mas é no final mesmo que ela mostra todo o seu potencial. Quando é revelado que ela *******. É, não estragarei surpresas, mas o clímax do filme fica nas costas dessa atriz de 12 anos em seu primeiro trabalho. Só espero que a maldição das crianças de Hollywood não a atinja.

Ah, sigam a menina Isabella Fuhrman, essa promissora atriz, no Twitter @isabellefuhrman.

Nota: 8,0

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