quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cine Crítica

Realidade romantizada

Recentemente fui conferir a comédia romântica do momento, a adaptação do best-seller homônimo escrito por Greg Behrendt e Liz Tuccillo sobre grupo de pessoas em Baltimore e seus desafios para lidar com o comportamento humano.

"Ele Não Está Tão a Fim de Você" é uma comédia sem excessos, apesar das tantas tramas intercaladas. O romance não é somente idealizado como na maioria dos filmes do gênero, o que se destaca nesse filme é sempre a conexão com o real, o que as pessoas de verdade sentem, sofrem e como acontece no mundo real da paixão, não com a realidade cruel do visceral "Closer - Perto Demais", mas ainda assim mais real que muitos por aí. Percebemos essa sacada de misturar "realidade" com ficção nos momentos em que entram depoimentos de pessoas (atores, também) que já tiveram experiências semelhantes com a que os personagens passam no decorrer do filme. Outra cena que ilustra bem esse reflexo da realidade é a cena em que, enraivada com o marido por descobrir que ele fuma escondido, Janine (Jennifer Connelly) arremessa o espelho no chão e logo em seguida pega a vassoura e a pá, pois ela mesma tem que limpar os cacos.

O roteiro do filme, feito pelos mesmo nomes de "Nunca Fui Beijada", não se perde em nenhum momento na profusão de histórias entrelaçadas, o que seria muito fácil de acontecer se não fosse a direção segura de Ken Kwapis (anteriormente não havia feito um filme que merecesse destaque).

Se gastaram a maior parte do orçamento do filme contratando as várias estrelas que encabeçam o elenco, digo que valeu a pena cada centavo. A química entre os casais é impressionante. O que faz com que as atuações fluam numa naturalidade ideal. Ben Affleck e Jennifer Aniston representam o casal mais maduro do filme, ela a moça que sonha em se casar e a idade já não permite espera e ele o cara que não acredita em casamento. Jennifer Connelly, a recém-casada neurótica e Bradley Cooper (ótima atuação) o noivo que quer ser fiel mas cai nas garras de Scarlett Johansson. Esta, como sempre esbanja sensualidade e, neste filme, de uma forma mais natural sem apelos (a atuação também está muito boa). A novata Ginnifer Goodwin (podem se lembrar dela em "O Sorriso de Monalisa") não fica apagada perante às grandes estrelas do filme e dá um show com a sua personagem que nos lembra muito da Bridget Jones, porém em uma versão mais ingênua.

Resumindo, além de falar de amor em suas diversas formas, o filme nos deixa a mensagem de que somente nós mesmos somos responsáveis pelos nossos próprios atos, somente nós podemos corrigir nosso erros e correr atrás da nossa felicidade.

Nota: 9,0

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